O Dia Mundial de Luta Contra a Aids foi marcado no Recife por um ato público de organizações não-governamentais ligadas a portadores do HIV. Liderados pelo fórum Articulação Aids em Pernambuco, manifestantes foram à Secretaria de Saúde, na Boa Vista, Centro da Cidade, reclamar da falta de leitos nos hospitais referência em aids, da ausência de profissionais especializados para atender a população soropositiva, além da constante falta de medicamentos para o tratamento de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e oportunistas, enfermidades adquiridas devido à baixa imunidade do paciente.
“Não é um dia de comemoração, mas de reivindicação de melhores políticas públicas e de um SUS (Serviço Único de Saúde) de qualidade. Se o governo implementar o que diz a lei do SUS, poderemos ter um excelente serviço público”, salientou um dos coordenadores da Articulação Aids em Pernambuco, Jair Brandão.
Um técnico mecânico de 43 anos, que pediu para não ser identificado, adquiriu o HIV em 2000 e enfrenta todos os meses dificuldades que ele atribui à falta de políticas públicas. Até mesmo a divulgação do resultado de exames essenciais para o tratamento é problemática. “Geralmente falta Bactrin, para infecção pulmonar, e Azitromicina, para caroços que aparecem pelo corpo. Duas vezes fui ao Hospital das Clínicas e não tem. Também tenho dificuldades para marcar consultas com o infectologista e com o resultado dos exames, que demora uns três meses para sair. O atendimento deveria ser melhor. Se não bastasse o preconceito, ainda faltam políticas públicas.”
No fim da manhã, cerca de 60 manifestantes ocuparam a escadaria da Secretaria de Saúde com faixas e cartazes. No fim do ato, despejaram uma lata de tinta vermelha na calçada da secretaria e espalharam marcas de pés pelo chão. “A tinta vermelha simboliza a aids. Estamos marcando os passos em defesa do sistema de saúde”, explicou outra coordenadora do fórum, Simone Ferreira.
A Secretaria Estadual de Saúde informou que o governo está elaborando a reestruturação do sistema de saúde, o que melhoraria o problema dos leitos. Sobre os medicamentos, acredita que é possível haver atrapalhos no processo de licitação. Para 2009, há R$ 3 milhões garantidos para compra de remédios para doenças oportunistas. Já em relação à demora do resultado dos exames, o governo espera resolver o problema com a contratação de técnicos no início do ano.
Fonte: Jornal Commercio
2 de dez. de 2008
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