20 de jan. de 2009

Lideranças estão ameaçadas por conflito armado

Mulheres pertencentes a grupos sociais como Liga de Mulheres Deslocadas e da Cidade das Mulheres vivem em situação de risco tendo seus direitos fundamentais sistematicamente violados. A informação faz parte do Informe de Risco 001-09 A.I, emitido pelo Sistema de Alertas Tempranas (SAT) da Defensoria Pública na Colômbia. Segundo o relatório, os perfis com maior vulnerabilidade são os de líderes, lideranças das organizações de população em situação de deslocamento, bem como defensores de direitos humanos.

Com o objetivo de promover a ação de prevenção humanitária, esforçando-se para proteger e garantir os direitos fundamentais, O SAT monitora e adverte sobre situações de risco da população civil provocada pelos efeitos do conflito armado interno. "Dentro dos grupos sociais em especial risco se encontram: as mulheres organizadas pertencentes à Liga de Mulheres Deslocadas (LMD); aqueles que moram na vereda El Talón, Cidade das Mulheres do Município de Turbaco e nos bairros Pozón e em Nelson Mandela no Distrito de Cartagena", adverte o relatório.

O documento da Defensoria ainda denuncia que os grupos ilegais estão empregando ações de terror e violência seletiva contra as pessoaas e organizações que realizam atividades de defesa dos direitos humanos e contra a liderança que não puderam subordinar a seus interesses e propósitos, pela firma convicção de luta pelas reivindicações sociais e econômicas de suas comunidades: "Por essa razão, essas pessoas e organizações se convertem em um obstáculo para os fins dos grupos armados ilegais que buscam preservar as rotas do tráfico de drogas de uso ilícito e demais atividades ilegais".

De acordo com o relatório, os atores armados ilegais buscam debilitar as organizações sociais, comunitárias, que estão presentes nesses bairros mais vulneráveis: "A liderança das organizações de mulheres na defesa e promoção dos direitos humanos nos municípios referenciados neste Informe tem sido objeto de ameaças e pressões dos grupos armados ilegais ativos na área. No caso da Liga de Mulheres Deslocadas (LMD), cuja atividade na defesa e denúncia de casos de violência baseada no gênero contra as mulheres como conseqüência da dinâmica do conflito, houve violações dos direitos humanos contra suas lideranças e mulheres de base".

A Defensoria acredita que, caso a situação dos líderes nos municípios afetados continue sendo ignorada, é previsível um deslocamento intra-urbano tanto de líderes de organizações de deslocados, de líderes cívicos, de integrantes das juntas de ação comunitária, bem como da população que eles representam. Por isso, o Informe solicita declarar a Alerta Temprana e instrui as autoridades competentes para que adotem medidas necessárias a fim de mitigar, dissuadir ou neutralizar essa situação de risco.

Entre as recomendações, a Defensoria pede que a Prefeitura de Cartagena e Turbaco, o Governo de Bolívar e a Força Pública garantam a salvaguarda dos direitos humanos e o exercício das atividades das mulheres da organização Liga de Mulheres Deslocadas, diretivas, profissionais, familiares e demais pessoas envolvidas em seus planos e projetos em municípios de Cartagena, Turbaco e Arjona.

Além disso, recomendam ao Ministério do Interior e da Justiça, ao Governo de Bolívar, à Prefeitura Municipal de Turbaco que protejam de maneira integral o bairro Cidade das Mulheres, para que acabem as perseguições à organização e ao trabalho comunitário que essas mulheres desenvolvem nesse município.

Fonte: Agência Adital

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