Os pesquisadores levantaram e cruzaram informações do Sistema de Informação Hospitalar/SIH-DATASUS e do Comitê Estadual de Estudos da Mortalidade Materna, além de entrevistarem pacientes e gestores. Duas maternidades foram visitadas, a Barros Lima e a Dom Malam. “Faltam profissionais, equipamentos e a desinformação é latente. Somam-se a estes fatores a negação de profissionais a atenderem mulheres em situação de abortamento por questões religiosas. Em Petrolina, a Maternidade Dom Malam funciona em condições ilegais, descumprindo leis e normas federais, sem ultra-sonografia, e atendendo 57 municípios vizinhos. È preciso que a Secretaria Estadual de Saúde esteja alerta e os municípios criem serviços para atender às mulheres”, afirma Núbia Melo, pesquisadora e integrante do Comitê Estadual de Mortalidade Materna.
Em Pernambuco, de 2003 a 2007, aproximadamente 85% das internações obstétricas foram para assistência ao parto. O abortamento contribuiu com 9,7% destas internações. O percentual de internações para assistência ao abortamento, em relação ao número de internações obstétricas ocorridas nos dois municípios, é maior que a média estadual, com Petrolina registrando 15,1% e Recife 13,0%. Ou seja, destaca-se, ainda, o fato de Petrolina internar, proporcionalmente, mais mulheres que Recife para procedimentos obstétricos ligados ao abortamento, com um índice que representa quase o dobro da média estadual.
A ilegalidade do aborto dificulta o diagnóstico, influencia na falta de qualidade da assistência, no acesso ao serviço de saúde, aumentando os custos e riscos à saúde e vida da mulher, além de gerar uma situação de insegurança para profissionais e pacientes.
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