E não poderia começar de forma diferente, relembrando a sabedoria das parteiras indígenas, representada neste artigo na figura de Maria Pequena.
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Maria de Assis dos Santos, mais conhecida como Maria Pequena, era mulher, índia Pankararu, parteira, filha, mãe, avó, irmã, penitente e pernambucana. Moradora da rua dos Manezinhos, gostava de ficar conversando debaixo do pé de juazeiro, onde recebia seus filhos e netos, que se confundiam, já que pra todos ela era somente chamada de mãe. Não à toa, já que mãe de tantas crianças que nasceram sob seus carinhos e cuidados, e que até então vinham a ela pedir a bênção.
Uma das pessoas mais alegres e atuantes do Grupo de Parteiras e Aprendizes Pankararu fazia parte da ala das “graduadas” em termos de sabedora tradicional, já que era grande conhecedora das tradições indígenas. Apesar das diversas responsabilidades com o cuidado com a casa, com a roça, a criação, das responsabilidades enquanto penitente e seguidora da religião e obrigações Pankararu, nunca abria mão de participar das atividades e dos encontros de parteira. Sempre acompanhada da irmã e companheira, Tia Ana, ela era seu grande apoio para as horas de felicidade e tristeza.
E foram estas suas alegrias, que também conviveram com suas dificuldades. Como indígena, viveu as conseqüências de um passado que minou suas tradições e um presente que deixa mais a desejar do que realiza. Como parteira, as emergências, o estado de alerta 24 horas por dia e falta de apoio, que precisaram de muita coragem para serem encaradas e colocarem no mundo tantos meninos e meninas Pankararu. Por ser mulher, muito trabalho, dificuldades de reconhecimento, e as violências de gênero. Por ser pernambucana, o calor excessivo de um sertão cercado, com sua falta de água, mesmo estando o Velho Chico logo ali, descaso dos gestores públicos.
Mas, por tudo isso, é que a Gigante Maria Pequena continua a inspirar as futuras gerações, nos deixando muitas saudades e recordações. Que ela nos guie e que a Força Encantada a proteja!!!
por Andrea Giberti e Luzia Albuquerque
Uma das pessoas mais alegres e atuantes do Grupo de Parteiras e Aprendizes Pankararu fazia parte da ala das “graduadas” em termos de sabedora tradicional, já que era grande conhecedora das tradições indígenas. Apesar das diversas responsabilidades com o cuidado com a casa, com a roça, a criação, das responsabilidades enquanto penitente e seguidora da religião e obrigações Pankararu, nunca abria mão de participar das atividades e dos encontros de parteira. Sempre acompanhada da irmã e companheira, Tia Ana, ela era seu grande apoio para as horas de felicidade e tristeza.
E foram estas suas alegrias, que também conviveram com suas dificuldades. Como indígena, viveu as conseqüências de um passado que minou suas tradições e um presente que deixa mais a desejar do que realiza. Como parteira, as emergências, o estado de alerta 24 horas por dia e falta de apoio, que precisaram de muita coragem para serem encaradas e colocarem no mundo tantos meninos e meninas Pankararu. Por ser mulher, muito trabalho, dificuldades de reconhecimento, e as violências de gênero. Por ser pernambucana, o calor excessivo de um sertão cercado, com sua falta de água, mesmo estando o Velho Chico logo ali, descaso dos gestores públicos.
Mas, por tudo isso, é que a Gigante Maria Pequena continua a inspirar as futuras gerações, nos deixando muitas saudades e recordações. Que ela nos guie e que a Força Encantada a proteja!!!
por Andrea Giberti e Luzia Albuquerque
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