Segundo o relatório, a desigualdade entre os países industrializados e as regiões em desenvolvimento é talvez maior no que se refere à mortalidade materna que em qualquer outro aspecto. Dados de 2005 revelam que o risco de morte como resultado de complicações relacionadas à gravidez e ao parto de mulheres de países menos desenvolvidos é 300 vezes maior que no caso de mulheres que vivem em países industrializados.
Outro ponto abordado pelo relatório se refere à considerável desigualdade sanitária em matéria de mortalidade neonatal. De acordo com o Unicef, um bebê nascido em um país menos desenvolvido tem 14 vezes mais probabilidades de morrer durante os primeiros 28 dias de vida que aquele que nasce no país industrializado. O número de mortes de mães e recém-nascidos é muito maio nos continentes africano e asiático, totalizando 95% das mortes maternas e cerca de 90% das mortes de recém-nascidos.
Dentre as principais causas de morte materna e neonatal, o relatório cita as práticas de aborto e as complicações obstétricas, como hemorragias pós-parto, infecções, eclampsia, as obstruções durante o parto ou parto prolongado. Segundo o documento, a anemia, o HIV e outros transtornos aumentam o risco de mortalidade derivada da maternidade por causa de uma hemorragia.
Já para os recém-nascidos, o Unicef aponta que os maiores riscos se devem a três causas principais: infecções graves, asfixia e os nascimentos prematuros. Essas causas representam em conjunto 86% das mortes neonatais. O Unicef afirma que a maior parte desses transtornos pode ser evitada ou tratada com medidas essenciais como a prestação de serviços de saúde da reprodução de qualidade, a presença durante o parto de trabalhadores de saúde capacitados, acesso à atenção obstétrica.
O relatório acrescenta que se deve criar um entorno propício para a saúde materna e neonatal. Isso quer dizer que é necessário fazer frente às barreiras sociais, econômicas e culturais que perpetuam a desigualdade e a discriminação por motivos de gênero. Entre as recomendações, o Unicef sugere: educar mulheres e crianças e diminuir a pobreza que as afeta; protege-las do maltrato, da exploração, da discriminação e da violência; promover sua participação e sua presença na tomada de decisões relativas ao lar, assim como na vida política e econômica.
Fonte: Agência Adital
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